Estatal, que pede socorro de R$ 20 bilhões para não quebrar, registra despesas milionárias com viagens durante governo Lula
Mesmo em meio a uma grave crise financeira, os Correios — que buscam um “cheque especial” de R$ 20 bilhões para evitar a falência — gastaram R$ 1.383.220,64 em diárias de viagens internacionais durante a atual gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Documentos internos obtidos pela imprensa mostram que as despesas foram realizadas enquanto a estatal voltava a registrar déficit após anos de resultados positivos.
Viagens de luxo e despesas elevadas
Entre os registros, consta a viagem de um diretor dos Correios à Flórida, em fevereiro de 2025, cuja passagem aérea custou R$ 23 mil aos cofres públicos. O destino — “terra da Disney” — virou símbolo do contraste entre o discurso de austeridade e os gastos da empresa.
Nos quatro primeiros meses de 2025, a estatal desembolsou R$ 92,3 mil apenas com diárias. Em 2024, o montante ultrapassou R$ 502,8 mil. Já no primeiro ano do governo Lula 3, os servidores da empresa gastaram R$ 788 mil em viagens, dentro e fora do país, sem aparente contenção orçamentária.
Falta de transparência agrava desconfiança
A soma oficial pode ser ainda maior, já que os dados sobre passagens aéreas — divulgados no Portal da Transparência — estão desatualizados desde fevereiro e não foram incluídos na conta total.
A ausência de informações completas reforça críticas sobre falta de transparência e descontrole administrativo dentro da empresa, que há meses enfrenta queda de receitas e aumento das despesas operacionais.
Da lucratividade ao colapso financeiro
Até o início do atual governo, os Correios mantinham resultado positivo e vinham em processo de recuperação. Contudo, após a revogação da Lei das Estatais — norma que limitava indicações políticas para cargos de direção —, a estatal voltou a ser administrada sob forte influência partidária.
A nomeação do atual presidente da empresa, ex-churrasqueiro de Lula, foi duramente criticada por sindicatos e especialistas do setor, que enxergam o ato como retrocesso na gestão corporativa. Desde então, os Correios passaram a operar no vermelho e a depender de injeções financeiras do Tesouro Nacional.
Situação atual e pedidos de socorro
Com queda no volume de encomendas, aumento de custos trabalhistas e endividamento crescente, a direção da empresa tenta obter junto ao governo um aporte emergencial de R$ 20 bilhões para manter as operações e evitar um colapso financeiro.
O pedido é avaliado pelo Ministério das Comunicações e pela área econômica do governo, que ainda não se pronunciaram oficialmente sobre o socorro bilionário.
Enquanto isso, os gastos com diárias e passagens internacionais seguem acumulando críticas de parlamentares e órgãos de controle, que cobram investigação e maior rigor na gestão dos recursos públicos.
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