Sóstenes Cavalcante diz que não dará explicações a Flávio Dino e cita imunidade parlamentar

 


Líder do PL invoca imunidade parlamentar para recusar resposta a intimação do STF sobre declarações polêmicas

O deputado federal Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), líder do Partido Liberal (PL) na Câmara, afirmou que não prestaria esclarecimentos ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Flávio Dino. A resposta veio após intimação judicial solicitando explicações sobre uma entrevista concedida a respeito da distribuição de emendas das comissões permanentes da Câmara.

“Na qualidade de deputado federal e líder do Partido Liberal – PL, amparado no disposto no art. 53 da Constituição Federal, consigno que fico eximido de apresentar quaisquer explicações sobre o conteúdo da referida entrevista, concedida exclusivamente no âmbito do exercício do mandato parlamentar”, afirmou Cavalcante em ofício enviado ao ministro.

artigo 53 da Constituição Federal assegura imunidade parlamentar, impedindo que deputados e senadores sejam responsabilizados civil ou penalmente por opiniões, palavras ou votos. Cavalcante também mencionou o parágrafo 6.º do mesmo artigo, que o dispensa de testemunhar sobre informações recebidas ou prestadas em função do cargo

Contexto da intimação judicial

A intimação de Flávio Dino, com prazo de 48 horas, foi motivada por declarações de Cavalcante ao jornal O Globo. O deputado declarou que poderia romper o acordo sobre a distribuição de emendas caso não fosse pautado o projeto que concede anistia aos condenados pelos atos do 8 de Janeiro.

Pelo acordo vigente, o partido que preside uma comissão tem direito a 30% dos recursos, enquanto os outros 70% são divididos entre as demais bancadas da Câmara.

Ministro questiona possível distorção das emendas

Segundo Flávio Dino, o conteúdo da entrevista pode indicar a existência de um arranjo político que desvirtua o uso das emendas parlamentares, numa prática semelhante ao antigo “orçamento secreto”.

O magistrado afirmou que “o rompimento do acordo citado pelo parlamentar não condiz com o que foi formalmente estabelecido entre os Três Poderes”.

A discussão traz à tona mais um capítulo do embate entre  Nacional e Supremo Tribunal Federal, especialmente quanto ao uso e fiscalização das verbas parlamentares.



Postar um comentário

0 Comentários