Novo ministro da Previdência apoiou emenda que facilitou fraudes e foi alertado sobre irregularidades no INSS

 


Wolney Queiroz participou de emenda que enfraqueceu controle sobre descontos; escândalo expõe omissão legislativa

O novo ministro da  SocialWolney Queiroz, apoiou, enquanto deputado federal, uma proposta que reduziu a fiscalização sobre descontos em benefícios do INSS, facilitando o avanço de  bilionárias investigadas pela Polícia Federal.

emenda apoiada por Queiroz prorrogou o prazo para a revalidação anual de autorizações para descontos de mensalidades associativas e sindicais diretamente nos contracheques de  e pensionistas. A medida flexibilizou o controle implantado em 2019 pelo ex-presidente Jair Bolsonaro, que exigia a renovação anual das autorizações.

O mecanismo criado originalmente visava impedir a ação de entidades oportunistas que impunham cobranças indevidas aos beneficiários da Previdência.

Lobby de associações influenciou decisão parlamentar

A proposta contou com intenso lobby de entidades, como a Confederação Brasileira de Aposentados e Pensionistas e a Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura, que atuaram para derrubar a exigência anual de renovação.

Com apoio de Queiroz e outros parlamentares, o Congresso aprovou a flexibilização de forma discreta, sem debate público. Essa alteração é considerada hoje um dos principais fatores que abriram brechas para o esquema de fraudes que desviou bilhões de reais da Previdência.

Em 2021, Queiroz assinou a proposta que adiou o controle até o fim de 2022, alegando as dificuldades provocadas pela pandemia da Covid-19:

“Esse contexto imponderável exige, sobretudo do Poder Legislativo, compreensão, tolerância e dilação de prazos, ante a absoluta impossibilidade de os exigir ao tempo e modo previstos”, dizia o texto da emenda.

Queiroz foi alertado sobre fraudes em reunião do CNPS

Wolney Queiroz, que era secretário-executivo do Ministério da Previdência até abril de 2025, participou de uma reunião em junho de 2023 do Conselho Nacional da Previdência Social (CNPS). Na ocasião, o então ministro  foi alertado formalmente sobre descontos irregulares em benefícios.

Apesar de estar presente na cúpula da pasta, Queiroz não tomou medidas concretas diante dos alertas. Agora, ao assumir o cargo após a demissão de Lupi, passa a ser um dos principais alvos políticos da crise no INSS.

O escândalo levou à exoneração de vários dirigentes da Previdência e do próprio presidente do INSS, e expôs falhas estruturais de controle no sistema.

A pressão sobre o governo  aumenta para revisar os mecanismos de fiscalização do INSS e responsabilizar os envolvidos. O histórico de Queiroz na flexibilização das regras e seu conhecimento prévio das irregularidades colocam o novo ministro no centro da crise política e administrativa da Previdência.

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