Advogado denuncia abandono de idosa no “Colmeia”, em Brasília, e aponta omissão em laudos sobre saúde mental
Adalgiza Maria Dourado, de 65 anos, detida por participação nos atos de 8 de janeiro de 2023, sofreu uma queda dentro do Presídio Feminino do Distrito Federal — conhecido como “Colmeia” — e ficou sem atendimento médico devido ao feriado prolongado. A informação foi relatada por ela em videoconferência com seu advogado, Luiz Felipe Cunha, nesta segunda-feira, 21.
A detenta relatou dores intensas nas costas, ombro e quadril direito. Segundo ela, ao buscar socorro junto aos policiais penais disponíveis na unidade, foi informada de que não havia nenhum profissional de saúde presente no local durante o feriado.
Presa ficou sem atendimento médico e psicológico
O advogado Luiz Felipe Cunha criticou duramente a ausência de cuidados médicos após a queda e também os laudos emitidos pelo sistema prisional. De acordo com ele, os relatórios não refletem o estado de saúde físico e mental da idosa, e ignoram a necessidade de apoio psiquiátrico, especialmente diante de um histórico de risco de suicídio.
“Os laudos formulados pelo presídio não condizem com a real situação de Adalgiza, pois não estão levando em consideração que ela não tem amparo psicológico e psiquiátrico adequado”, afirmou Cunha.
Laudo médico é alvo de críticas da defesa
Ainda segundo o advogado, Adalgiza só foi avaliada por uma única médica, identificada como Dra. Raysa, em 16 de abril. O laudo emitido, porém, não teria seguido o protocolo exigido — que determina a presença de uma junta médica para avaliar casos com esse grau de complexidade.
Além disso, o prontuário médico da idosa já recomendava acompanhamento contínuo por conta de sua condição psicológica. Ainda assim, conforme relatado pela defesa, essa orientação não tem sido respeitada, o que agrava os riscos à sua integridade física e mental.
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